Um Sonho, Muitos Medos
Viajar sempre foi parte da nossa identidade como casal. Quando nosso filho nasceu, sabíamos que as viagens não precisariam acabar — apenas mudar de ritmo. Mas, na prática, a ansiedade bateu: será que daria certo? Será que ele ia sofrer? E nós, conseguiríamos aproveitar?
Foi assim, com o coração apertado e cheio de expectativas, que decidimos fazer nossa primeira viagem internacional com bebê de apenas 6 meses. O destino escolhido? Santiago do Chile, por ser um país próximo, com boa estrutura e paisagens encantadoras.
Essa experiência nos transformou — como pais, como viajantes e como seres humanos. E neste relato, queremos compartilhar tudo com você: os preparativos, os aprendizados, os desafios e, claro, as alegrias inesperadas.
Preparativos Antes da Viagem
1. Documentos do bebê
Antes de qualquer coisa, providenciamos:
- Certidão de nascimento atualizada;
- Passaporte (tirado no posto da Polícia Federal) – é possível ir apenas com RG, ma soptamos pelo passaporte.
- Como ambos viajamos juntos, não foi necessário autorização judicial.
Para garantir tranquilidade, levamos também a carteirinha de vacinação e um pequeno histórico médico.
2. Escolha das passagens e hospedagem
Optamos por um voo direto, com duração de cerca de 4 horas. Escolhemos voar durante o período da soneca da tarde, e isso fez toda a diferença.
Na hospedagem, buscávamos conforto e praticidade. Filtramos por:
- Aquecimento (fomos no inverno chileno);
- Cozinha equipada;
- Próximo de supermercados e parques.
Ficamos em um Airbnb no bairro Providencia, muito bem localizado.
3. A mala do bebê
Aqui aprendemos a primeira grande lição: menos é mais!
O que foi essencial:
- Roupas por camadas (body, macacões, casacos);
- Mantas leves;
- Sling ergonômico;
- Fraldas para uns 2 dias (o restante compramos lá);
- Lenços, pomada e remédios básicos.
O que levamos à toa:
- Muitos brinquedos;
- Esterilizador portátil (não usamos, preferimos ferver);
- Tantas trocas de roupa (ele usou as mesmas várias vezes).
4. Alimentação e vacinas
Nosso filho ainda estava em amamentação exclusiva, o que facilitou muito.
Antes de viajar, reforçamos o calendário vacinal e conversamos com a pediatra sobre medicamentos para febre, dor, e nariz entupido.
O Voo com um Bebê de 6 Meses
O grande dia chegou. Chegamos ao aeroporto com 3 horas de antecedência, e logo percebemos o quanto pais com bebês têm prioridade — e isso foi maravilhoso!
Embarque e atendimento
Fomos atendidos com carinho por toda a equipe da companhia aérea. Nosso bebê foi no colo com cinto especial, e conseguimos uma poltrona na frente, com mais espaço. Se você solicitar com antecedência também é possível reservar um bercinho portáti, mas vai depender da disponibilidade da companhia aérea.
Também é possíve despachar um carrinho de bebê como bagagem de mão, sem custo extra.
Durante o voo
Usamos o sling para ninar durante a decolagem e a aterrissagem (ajuda a aliviar o desconforto nos ouvidos), e a amamentação foi essencial nesse momento.
Levamos:
- Fralda, troca de roupa e paninho extra;
- Um brinquedo favorito;
- Lencinhos e álcool gel.
Resultado: ele dormiu quase o voo inteiro!
Claro que houve momentos de choro — especialmente na fila da imigração. Mas nada que um pouco de colo e paciência não resolvesse.
Primeiros Dias em Santiago: Adaptação e Rotina
Chegamos ao Airbnb e o frio nos abraçou. Mesmo sendo um inverno seco, a temperatura chegou a 3°C — algo novo para nós e principalmente para ele.
Adaptação ao clima
Usamos camadas de roupas, meias duplas e touquinha. Dentro de casa, o aquecedor mantinha o ambiente confortável.
Dica importante: leve soro fisiológico, pois o clima seco deixa o nariz entupido!
Rotina flexível
Tentamos manter:
- Horários de soneca parecidos;
- Amamentação em livre demanda;
- Banho relaxante no final do dia.
Mas nos permitimos flexibilizar, sem culpa. Se pulamos um cochilo por causa de um passeio especial, compensávamos depois com aconchego extra.
Onde comprar o que faltava
Em Santiago, há farmácias 24h (Cruz Verde, Ahumada) e supermercados como Jumbo e Líder. Conseguimos tudo que precisávamos com facilidade.
Passeios em Família: Onde Fomos e o que Recomendamos
Pensamos em lugares que fossem:
- Tranquilos;
- Ao ar livre;
- Com estrutura mínima (banheiros, sombra, bancos).
Nossos favoritos:
- Cerro San Cristóbal
- Subimos de funicular.
- Vista incrível da cidade e Cordilheira dos Andes.
- Espaço para picnic e descanso.
- Parque Bicentenário
- Lago com flamingos!
- Áreas verdes para deitar, brincar e tirar fotos lindas.
- Museu Interativo Mirador
- Mesmo sendo voltado para crianças maiores, fomos passear com o bebê e adoramos o espaço.
- Feiras e mercados locais
- La Vega Central e Mercado Central: ótimos para comer barato e sentir o clima da cidade.
Alimentação
Comemos em lugares com mesas externas e acesso fácil com carrinho. Em geral, os chilenos foram muito receptivos ao bebê.
Aprendizados e Reflexões
A cada dia, percebíamos que o que parecia impossível era, na verdade, mais simples e prazeroso do que imaginávamos.
O que funcionou bem:
- Carregar o bebê no sling nos deixou mais livres;
- Ter um plano flexível (com folgas na agenda);
- Confiar no instinto, e não nos palpites.
O que faríamos diferente:
- Levaríamos menos coisas;
- Esperaríamos menos perfeição;
- Ficaríamos mais tempo: 1 semana passou rápido demais.
A maior lição foi: o bebê não é um impedimento — é um convite à presença e ao novo.

Dicas Práticas para Quem Vai Viajar com um Bebê pela Primeira Vez
Checklist essencial:
- Passaporte + vacina atualizada;
- Seguro viagem (preferencialmente que cubra atendimento pediátrico);
- Sling ou canguru ergonômico;
- Roupas em camadas e touquinha;
- Fraldas para 2 dias + itens de higiene;
- Remédios liberados pelo pediatra.
Dicas extras:
- Escolha voos diretos;
- Reserve hospedagens com cozinha e aquecimento;
- Chegue cedo ao aeroporto;
- Use a amamentação como aliada no voo;
- Mantenha o ritmo, mas abrace o imprevisto.
Conclusão: Valeu a Pena? Com Toda Certeza!
Essa viagem foi mais do que um destino — foi um marco na nossa jornada como pais. Descobrimos uma nova forma de ver o mundo: mais lenta, mais sensível, mais presente.
Ver nosso bebê sorrindo diante das montanhas, brincando em um parque novo, dormindo tranquilo no sling em um museu… são memórias que ficarão para sempre.
Se você está em dúvida se deve viajar com seu bebê: sim, vá! Mas vá com coração aberto, com menos expectativas e mais amor.
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